sábado, 6 de janeiro de 2018

Mais uma "escolha de Sofia" - Teremos opções em 2018?



É compreensível a indignação popular com exposições artísticas de gosto duvidoso com o propósito deliberado de "desconstruir" os valores do povo. Assim como é compreensível o receio de uma escalada de intolerância que pode resultar num governo ainda mais autoritário e que seguramente não viria em favor das reais necessidades da grande maioria da população.

Mas numa encruzilhada histórica como a que vivemos, tais eventos cumprem muito mais um propósito diversionista e manipulatório que qualquer preocupação real com valores ou liberdades civis. E o fato é que caminhamos novamente para mais uma "Escolha de Sofia".

Se houver eleições em 2018, é quase certo que o brasileiro terá que optar mais uma vez entre uma proposta que promete combater o Liberalismo Econômico mas abraça integralmente o Liberalismo Cultural, e outra que promete combater o Liberalismo Cultural mas abraça integralmente o Liberalismo Econômico.

Pode ser que num determinado momento um seja menos daninho que outro, mas saber qual é sempre difícil. O dano causado pelo Liberalismo Econômico é mais imediato, mas o causado pelo Liberalismo Cultural é mais profundo. E apesar da aparência que o nome trás, um é tão autoritário quanto o outro, fazendo o uso de toda coerção possível para impor suas "liberdades" à uma imensa maioria que não lhe tem o menor interesse.

E ainda cabe apontar que uma eventual vitória do governo há pouco deposto pode, como todos os indícios já deixam claro, ser recebida com um novo golpe militar.

O mais importante, porém, é notar que ambos servem aos mesmos mestres, as elites econômicas, a começar pelas globais, que os financiam para total prejuízo do povo, que em absoluta oposição sempre se manifesta como Progressista Econômico e Conservador Cultural, não tendo quem efetivamente o represente.

Compreender a essência dessa manipulação, que nosso sistema político partidário é um jogo de cartas marcadas que no máximo adia uns interesses elitistas enquanto adianta outros, e sobretudo que o verdadeiro poder não está no sistema político, e sim no econômico que o compra, tal como compra o judiciário e controla a mídia, é a coisa mais importante que há para se fazer.


Texto escrito em 30 de outubro de 2017.

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